FONTE: DIÁRIO DE PERNAMBUCO
ECONÔMIA - GUIA DE PROFISSÕES A-4
DATA: 14/09/2009(SEGUNDA FEIRA)
Glauce Melo diz que profissional deve saber que a cabeça do cliente não é laboratório: "Qualificação é regra" . Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Ser cabeleireiro não é apenas entender de cortes.
Claro que a função principal desse profissional é aparar as madeixas das pessoas, mas também é trabalho dele colorir, descolorir, hidratar, arrumar, pentear e tudo o que estiver relacionado aos cabelos. Mas para fazer tudo isso, quem entrar nessa área precisa encarar um dia-a-dia bem puxado. Não só pelo esforço de ficar em pé o dia inteiro, mas, principalmente, pela cobrança de fazer um trabalho bem feito.
"A cabeça do cliente não é laboratório. Não podemos fazer experiências com os cabelos dele. É preciso estudar e ter qualificação para estar dentro de um salão", explica Glauce Melo, proprietária do salão que leva seu nome em Casa Forte. E para aprender e não fazer feio na hora de atender alguém, além do curso, uma experienciazinha é fundamental. "O cabeleireiro récem-formado precisa perder o medo da tesoura, então aconselhamos sempre que ele procure regiões mais carentes, creches, orfanatos para cortar lá. Assim ele adquire experiência", aconselha Marta Freitas, mais conhecida como Marta Suplicy do salão SET do Paço Alfândega.
Além disso, ter disposição conta e muito para quem deseja seguir a área. "A gente passa o dia quase todo em pé. É preciso ter pique, até porque é um trabalho bem dinâmico, com uma rotina bem corrida. Mas para quem ama sempre vale a pena", avisa Lourenço Aragão (Lô Belly), do Jacques Janine no Shopping Recife. Lourenço também alerta que atualização é o segredo para se manter na profissão. "Sempre estão surgindo novos conceitos, o cabeleireiro tem que estar bem atento a isso e procurar cursos novos", diz. Já Marta, que tentou até ser costureira antes de entrar de vez para o mundo das tesouras, lembra da importância do investimento na profissão. "Se você quer ser um profissional respeitado tem que investir na sua carreira. São os cursos que devem ser feitos sempre e os materiais que você vai usar. Já cheguei a gastar R$ 2 mil em uma tesoura, mas isso torna meu trabalho melhor, mais veloz, com mais precisão. É não ter medo que o retorno é garantido", alerta.
Mas não pense que esse retorno é apenas financeiro. Ele vem principalmente da fidelização do cliente. "O cabeleireiro precisa pensar além do dinheiro. Seu principal objetivo tem que ser fazer um trabalho bem feito e procurar sempre os melhores resultados para seus clientes", avisa Glauce.
